Sem uma liderança ambidestra não dá para fazer Limonada. A ambidestria se tornou um elemento de sobrevivência das empresas e por esse motivo não desenvolver essa habilidade na liderança é um risco altíssimo.
Nesse artigo iremos explicar os motivos para desenvolver uma liderança ambidestra e como desenvolver esse caminho sem volta.
Ambidestria: um olhar instigante para a transformação
O mundo não vai parar de mudar. Pelo contrário, o mundo continuará mudando com uma velocidade impressionante. Tão impressionante que acaba causando um enorme desconforto em todos nós, e principalmente aqueles que nasceram na década de 60, 70 e 80, e eu diria até mesmo na década de 90. São essas pessoas que estão na liderança das organizações. E elas não nasceram em um mundo tão acelerado quanto o atual.
Macro tendências transformadoras em toda a sociedade
Vamos contextualizar macro tendências como uma tendência que não está ligada a somente um setor, mas aquela que irá impactar diversos setores ao longo de sua evolução.
Transição Energética: uma alavanca de crescimento econômico
A primeira grande macro tendência é a transição energética. Segundo um relatório da BloombergNEF’s Energy Transition Investment Trends 2024, o Brasil investiu U$ 34,8 bilhões no processo de transição energética somente em 2023. Por esse motivo, o país já é visto globalmente como um protagonista da transição. É possível afirmar com certa tranquilidade que a transição energética será uma alavanca de crescimento para todo o país e por consequência para uma infinitude de companhias com operações por aqui.
Essa tendência ganha ainda mais peso quando percebemos que o Brasil é terceiro país que mais recebeu investimentos no mundo em 2023 como descrito em recente matéria do Valor Econômico. Por essa razão, essa tendência impacta diferentes setores econômicos como o setor de energia, transportes, automotivos, construção civil, indústria de transformação, mineração, entre outros.
Integração de gerações: criando pontes de integração
A segunda grande macro tendência é o conflito de gerações. Em um estudo recente da Harvard Business Review chamado Bridging Generational Divides in Your Workplace (hbr.org), mais de 80% de líderes entrevistados em todo o mundo afirmaram que a diversidade etária é um elemento chave de sucesso da companhia para o futuro. Nessa perspectiva, a pesquisa mostra que o desafio central das lideranças atuais é ter uma taxa de retenção de colaboradores alta, principalmente nos colaboradores de maior idade. Essa geração pode ser chave para trazer maior reflexão e estabilidade para as gerações mais novas. Por consequência dessa enorme mudança, diversos fatores tais como, espaço de trabalho, política de benefícios, política de home office, ferramentas de comunicação e colaboração, precisarão ser adaptadas e flexíveis para suportar essa positiva diversidade.
As 5 tecnologias disruptivas: qual o impacto na liderança
Tecnologia disruptiva é aquela que muda drasticamente a maneira pela qual a sociedade se comporta pensa e interage. De acordo com uma pesquisa realizada pelo MIT, inteligência artificial, blochchain, nuvem, internet de coisas e segurança cibernética são as 5 tecnologias que irão transformar totalmente nossos negócios, sociedade, ambiente de trabalho e a maneira como nos relacionamos. Esse não é um artigo que visa explicar cada uma delas, mas questionar na perspectiva da liderança, se as empresas e lideranças tem o repertório para discutir essas tecnologias. Sem esse repertório básico, é inviável discutir um futuro organizacional com a qualidade devida.
A partir dessas 3 macro tendências parece haver uma necessidade gritante de preparar as lideranças organizacionais para executar a estratégia presente e construir o negócio futuro ao mesmo tempo. Mas, como fazer isso?
O que é Ambidestria?
Em 2004, Charles A. O´Reilly III e Michael L. Tushman escreveram um artigo intitulado “A Organização Ambidestra “A Organização Ambidestra”.
Nesse artigo, os autores descrevem a necessidade latente de que líderes organizacionais estão sendo demandados a construir e executar a estratégia atual da organização e ao mesmo tempo criar um modelo futuro de companhia que permita a longevidade e geração futura de valor da mesma. Nesse poderoso estudo, os autores comprovaram que as organizações ambidestras atingem mais de 90% de suas metas.
Assim eles descrevem uma organização ambidestra, “Essas organizações separam suas novas unidades exploratórias de suas unidades tradicionais e exploradoras, permitindo que tenham diferentes processos, estruturas e culturas; Ao mesmo tempo, eles mantêm vínculos estreitos entre as unidades no nível executivo sênior.”
O desafio da liderança, onde os autores descrevem como o nível executivo sênior, é saber integrar, diferentes processos, estruturas e culturas dentro da mesma organização. Esse é o maior desafio da ambidestria.
Competências essenciais para a liderança ambidestra
Visão de melhorias incrementais e inovações arquiteturais
Líderes devem sempre olhar para melhorias contínuas de seus produtos, serviços, processos com o objetivo de melhorar seus indicadores de curto prazo. E ao mesmo tempo, devem explorar novos caminhos que possam transformar produtos, serviços e processos de maneira a gerar grande impacto na organização no futuro.
Liderança orientada ao aprendizado contínuo
É papel da liderança ambidestra incentivar o aprendizado contínuo com o objetivo de integrar a organização novas competência e habilidades.
Considerando que as empresas possuem recursos heterogêneos, estes precisam ter alguns atributos para que constituam vantagem competitiva. Os atributos que geram vantagem competitiva hoje, são os atributos que geram vantagem competitiva amanhã?
O modelo VRIO de estratégia, apresentado por Rothaermal em 2013, é ferramenta essencial para o desenvolvimento de líderes ambidestros. O framework facilita o entendimento sobre a criação de uma estratégia baseada em recursos Valiosos, Raros, Imperfeitamente imitáveis, Socialmente complexos e Não Substituíveis. Esses elementos descritos com uma visão de hoje, e uma visão de futuro, trarão as respostas sobre como a liderança deve criar uma organização que não para de aprender.
O papel fundamental de Recursos Humanos
Não há a menor dúvida de que o RH tem um papel fundamental para promover a construção de uma liderança e uma organização ambidestra. Cada vez mais o RH precisa se colocar como protagonista da estratégia de transformação, criando uma liderança que olhe para frente e que tenha a capacidade de aprender mais rápido.
Quem é a Limonada
A Limonada é um hub de soluções corporativas que nasce para transformar times, líderes e negócios. Fundada por Eduardo Albuquerque, Aline Gomes e Marcela Cuenca, a Limonada oferece a seus clientes em um único local um conjunto de serviços que potencializará o desenvolvimento de seus colaboradores, a formação de uma liderança preparada para a transformação, e o desenvolvimento de negócios de alto impacto.